sexta-feira, 20 de abril de 2012

Os mais belos hinos e poesias!

Canções expressam a subjetividade dos seus autores. Elas, como ninguém, expressam de forma simples e profunda o que se passa em nossa alma. Para cada momento de sua vida há uma canção adequada. É maravilhoso o dom de compor. A música, a melodia, a poesia, os versos, as canções, vêm do céu. Eles foram criados com o simples propósito de adorar a Deus. Infelizmente a música, a melodia, a poesia, os versos e as canções da atualidade têm perdido esse contato com a Majestade e Soberania do Autor de todas as coisas, Deus. Mas nem sempre foi assim!

A história da Igreja caminha junto com a história da música. Martinho Lutero compôs e até hoje as Igrejas cantam Castelo Forte. Os assembleianos, presbiterianos e batistas, apesar das músicas contemporâneas, ainda têm reservado espaço em seus cultos para as canções do hinário e harpa cristã. Quem nunca viu um Batista, Presbiteriano ou Batista carregando, junto com sua Bíblia, um exemplar do Hinário ou Harpa Cristã? Isso já foi mais comum que hoje. No entanto, alguns não perderam o costume, principalmente os mais antigos.

Já tive Harpa! Hoje não tenho mais o costume de carregá-la. Minha geração, exceto alguns, não conhecem e nem querem conhecer o valor das canções do Hinário ou Harpa Cristã. Quantas vezes eu vi pessoas torcendo o nariz, fazendo caras e bocas quando da exaltação, pelos mais antigos, das canções antigas. Recentemente eu postei um artigo em meu blog entitulado "Ouçam as palavras antigas". De uma certa forma, quando desdenhamos os hinos mais antigos, estamos desdenhando os conselhos dos Cristãos que vieram antes de nós.  As canções de hoje desprezaram, quase que totalmente, as palavras antigas.

Eu não admirava as canções da Harpa Cristã. Detestava quando o antigo Pastor da minha Igreja exaltava as canções da harpa. Achava que minha Igreja reservava mais espaço para as músicas da Harpa do que para as músicas que cantávamos durante o "período" de louvor. Não me lembro quando comecei a admirar as canções da Harpa. Só sei que quando percebi a grandeza das canções escritas pelos autores antigos já era tarde demais. Me tornei um amante dos belos hinos e poesias. Minhas tribulações são permeadas pelos hinos escritos em tribulação. 

Hoje entendo que os mais antigos amavam as suas canções, pois cantá-las em suas reuniões e cultos era uma forma de fazer com que estivessem mais próximos à Grandeza e Majestade de Deus. Mas as pessoas da minha geração não entendem isto. Preferem canções que mantêm Deus em seu trono, abençoando, fazendo chover, mandando fogo, quando na verdade, a maioria das canções ansiavam por um Deus que não vê a hora de nos ter perto, um Deus que quer buscar a sua Igreja, um Deus que quer salvar, perdoar pecadas. Um Deus que quer sarar as nossas enfermidades. Um Deus que quer estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos.

O autor já dizia que "os mais belos hinos e poesias foram escritos em tribulação". Concordo com Ele! E concordo porque vivi isto. Há uma canção que nunca cantei, ensaiei ou gravei. Não tem título, mas tem uma história. Deus me deu essa canção quando da morte de um Irmão querido de nossa Igreja. Lembro-me que no Culto fúnebre em minha Igreja sentia Deus perto de mim. Meu corpo sentia a Majestade e a Grandeza de um Deus que não deixa seus filhos, que envia consolo aos desesperados, que, mesmo diante da morte, nos traz a certeza da Vida Eterna. Aquele grande dia está em minha memória. Deus me deu esta canção.

Anjos, Querubins e Serafins o adoram diante do trono.
Anjos, Querubins e Serafins o adoram diante do trono.

O Céu é o meu Lar, o Céu é o meu Lar.

É pra Lá que vou, com Meu Deus habitar!
É pra Lá que vou, Face à Face O adorar!

Cantei aquela canção. Lembro-me que chorei muito. Senti naquele momento uma confirmação do Senhor de que os mais belos hinos e poesias foram escritos em tribulação. 

A maioria das pessoas só vai entender as canções antigas quando querer o céu, ansiar ver a "Face Adorada de Jesus", quando quiser se tornar "Alvo mais que a neve". A maioria das canções antigas nos remetem a uma vida que não se vive aqui, pois "Aqui só tem tristeza". Uma das canções que mais admiro é o hino de número 36 de Justus Nelson, pois a sua linguagem figurativa é riquíssima de simbolismo e significado para a vida cristã. Que letra maravilhosa.

O Exilado

Justus H. Nelson

Da Linda Pátria estou bem longe,
Cansado estou.
Eu tenho de Jesus saudade,
Oh, quando é que eu vou?
Passarinhos, belas flores
Querem m'encantar.
São vãos terrestres esplendores,
Mas contemplo o meu lar.

Hoje não se vive, exceto alguns, como se Cristo fosse voltar agora, num abrir e fechar de olhos. Vive-se como se Cristo nem fosse mais voltar. O grande perigo para a Igreja contemporânea é acreditar que não é mais uma Exilada nesse mundo. Vivemos hoje como se fossemos parte desse mundo, quando na verdade Cristo, ao orar  pouco tempo antes de ser pego pelos romanos, diz ao Pai a seguinte canção: "Não são do mundo, como Eu do mundo não sou " (João 17.16).

Não recrimino as canções de hoje, mas acho que elas têm exaltado mais o nosso eu em detrimento de Deus. Canções e Levitas que pedem fogo, mas não deixam Cristo queimar. Pedem chuva, mas não deixam o Espírito Santo operar. Pedem um Deus de fidelidade e justiça, mas se esqueceram que Ele é Fiel e Justo para nos perdoar de todos os nossos pecados.

Uma Igreja que se esquece dos grandes feitos é uma Igreja que sequer terá história para contar e se  vangloriar. As canções antigas dos hinários e harpas remetem às escrituras. As Palavras antigas  foram preservadas ao longo de nossa caminhada pelo mundo. São Palavras que ressoam do coração do próprio Deus.

Que Deus coloque em nossos corações mais amor e paixão pelas canções dos hinários e harpas. E que Deus também nos mova a compor belos hinos e poesias que saem do coração Dele, pra Ele e por Ele.

Em Cristo Jesus Nosso Senhor,

Valber Ricardo.

Vitória, 20 de Abril de 2012.




quarta-feira, 4 de abril de 2012

Um desabafo, somente.

Me desculpem os que aderem às Campanhas do tipo "3 dias de glória para 1 ano de vitória" o que vou afirmar aqui. Não me chamem que eu não vou, nem dêem cartazes para colar na Igreja que eu congrego que eu não compactuo. E também não me convidem para Mega, Ultra ou Super Vigilião (que no aumentativo é Grande Vigília! Detesto erro de português grotesco) que também não vou e nem organizo o grupo de jovens da minha Igreja, do qual sou líder, para ir.



Tenho meus motivos!


1º) Não existe uma relação de causa e efeito entre dias de glória e ano de vitória. Pelo que me parece a glória de Deus é derramada quando Ele se agrada de nosso sacrifício. Posso ter muitos dias de glória, porém passar muitas lutas financeiras, emocionais, no trabalho no prazo de 1 ano. Tive vários dias de glória e esse ano, mas isso não me impediu de ter perdido algumas vezes. Sou mais que vencedor apesar disso. E essa fórmula tenha dias de glória e 1 ano de vitória não existe! não tem qualquer embasamento bíblico. Resumindo, não me chamem!


2º) Também não me chamem para determinadas vigílias. Não gosto delas! Não me edificam! Antigamente as Vigílias eram maravilhosas. Os irmãos oravam, davam suas saudações, o Espírito Santo operava com maravilhas, sinais e milagres e não poucas pessoas eram realmente batizadas com o Espírito Santo. Hoje esses mega eventos se tornaram palcos, onde cantores querem se apresentar mais pela projeção do que pela adoração, e pregadores se apresentam, tendo em vista os seus cachês (existem as exceções que pregam uma vez e depois nunca mais. Verdade dói e não atrai pessoas). Não me chamem também!


3º) Não convido os renomados da atualidade para pregar em congressos que coordeno, pois a maioria fala o que as pessoas querem ouvir e o que eles querem dizer. Convido aqueles que dizem a verdade. Ei, exortação também traz glória. Ano passado, no congresso de jovens do campo, determinado Pastor que pregou disse: "Não me convidam mais, pois digo a verdade!". Esse Pastor sempre prega em nossos congressos. Ele não cobra cachê, mas sempre Deus nos dá condições de semear no seu ministério. E Ele se sente sempre constrangido em receber. Sabe Por quê? Por que ele trabalha. Prega pela liberalidade em seu ministério. De graça recebeis, de graça dai. 


4º) Amigos pregadores, não se vendam! Digam a verdade! Preguem e ministrem a verdade


Às vezes me sinto mal porque minha Igreja, minha juventude e o campo onde reúno não participa desse circuito de eventos mega, super, campanhas. Me sinto mal porque nossos líderes e pregadores não estão nos palcos das campanhas, vigílias, etc. Mas me regozijo todas as vezes que amigos meus, que não estão nos cartazes como conferencistas, pastores e evangelistas, pregam a verdade e isso resulta em glória para a Igreja. Cristo me leva a sua santa presença e me faz entender o real significado da vida, que não é viver somente 3 dias de glória, mas uma vida inteira de plenitude em sua presença. Me ensina também que posso ter uma vida inteira ao lado dele e que isso é melhor que os palcos, afinal de contas "é necessário que Ele cresça e que eu diminua".



Desculpem meu desabafo! 



Paz de Cristo!